sexta-feira, 4 de novembro de 2011

No dia 01 de Maio de 2011, foi a apresentação do nosso projeto "QUEM CALA, CONSENTE". A apresentação correu muito bem, deixamos agora algumas fotografias da apresentação





quarta-feira, 21 de setembro de 2011

LIVROS INDICADOS PARA O VESTIBULAR UEVA 2012.2

Cacau (Jorge Amado)



Os acontecimentos se passam durante a década de trinta. Relata a vida de um sujeito chamado Jose Cordeiro, que f ilho de pai rico, morando em Sergipe vê o pai morrer quando ainda era criança, e o tio tomar tudo o que pertencia a ele e a sua mãe. Pobre acaba trabalhando na fabrica do tio de onde mais tarde e demitido por não se sujeitar aos mandos e desmandos. Pobre e desempregado embarca para a Bahia para trabalhar nas lavouras de Cacau. No sul da Bahia e encaminhado à fazenda do coronel Manoel Misael de Sousa Telles conhecido por Mane Fragelo. Na fazenda conhece agora seus novos amigos, Honório, Colodino e João grilo. Trabalhando de sol a sol na colheita do Cacau e ganhando três mil e quinhentos reis diários, dinheiro que mal dava para a compra semanal na despensa de João Vermelho, sua alegria era ir a Pirangi nos finais de semana. Onde todos tiravam o atraso com as mulheres fáceis. Honório era um homem a quem todos respeitavam inclusive Mane Fragelo a mando de quem havia feito varias mortes. João Grilo gostava de contar causos e tocar viola. Colodino assim como Jose Cordeiro sabia ler e escrever e namorava Magnólia. Nas festas de São João o coronel veio para a fazenda com a família e Jose Cordeiro foi escolhido para ser o acompanhante de sua filha. Osório o filho do coronel também veio. Um dia Colodino pegou Osório e magnólia no flagra rasgou a cara do desgraçado no facão e fugiu para o Rio de Janeiro, de onde prometera escrever para Cordeiro. Jose cordeiro recebeu a tão esperada carta de Colodino e rejeitando o amor que havia nascido entre ele e a filha do coronel, partiu para o Rio de Janeiro para lutar pelos ideais de classe. 
 
 


O MULATO 

(Aluísio Azevedo)


Resumo

Saindo criança de São Luís para Lisboa, Raimundo viajava órfão de pai, um ex-comerciante português, e afastado da mãe, Domingas, uma ex-escrava do pai.
Depois de anos na Europa, Raimundo volta formado para o Brasil. Passa um ano no Rio e decide regressar a São Luís para rever seu tutor e tio, Manuel Pescada.
Bem recebido pela família do tio, Raimundo desperta logo as atenções de sua prima Ana Rosa que, em dado momento, lhe declara seu amor.
Essa paixão correspondida encontra, todavia, três obstáculos: o do pai, que queria a filha casada com um dos caixeiros da loja; o da avó Maria Bárbara, mulher racista e de maus bofes; o do Cônego Diogo, comensal da casa e adversário natural de Raimundo.
Todos três conheciam as origens negróides de Raimundo. E o Cônego Diogo era o mais empenhado em impedir a ligação, uma vez que fora responsável pela morte do pai do jovem.
Foi assim: depois que Raimundo nasceu, seu pai, José Pedro da Silva, casou-se com Quitéria Inocência de Freitas Santiago, mulher branca. Suspeitando da atenção particular que José Pedro dedicava ao pequeno Raimundo e à escrava Domingas, Quitéria ordena que açoitem a negra e lhe queimem as partes genitais.

Desesperado, José Pedro carrega o filho e leva-o para a casa do irmão, em São Luís. De volta à fazenda, imaginando Quitéria ainda refugiada na casa da mãe, José Pedro ouve vozes em seu quarto. Invadindo-o, o fazendeiro surpreende Quitéria e o então Padre Diogo em pleno adultério.

Desonrado, o pai de Raimundo mata Quitéria, tendo Diogo como testemunha. Graças à culpa do adultério e à culpa do homicídio, forma-se um pacto de cumplicidade entre ambos. Diante de mais essa desgraça, José Pedro abandona a fazenda, retira-se para a casa do irmão e adoece.

Algum tempo depois, já restabelecido, José Pedro resolve voltar à fazenda, mas, no meio do caminho, é tocaiado e morto. Por outro lado, devagarzinho, o Padre Diogo começara a insinuar-se também na casa de Manuel Pescada.
Raimundo ignorava tudo isso.
Em São Luís, já adulto, sua preocupação básica é a de desvendar suas origens e, por isso, insiste com o tio em visitar a fazenda onde nascera. Durante o percurso a São Brás, Raimundo começa a descobrir os primeiros dados sobre suas origens e insiste com o tio para que lhe conceda a mão de Ana Rosa. Depois de várias recusas, Raimundo fica sabendo que o motivo da proibição devia-se à cor de sua pele.
De volta a São Luís, Raimundo muda-se da casa do tio, decide voltar para o Rio, confessa em carta a Ana Rosa seu amor, mas acaba não viajando.
Apesar das proibições, Ana Rosa e ele concertam um plano de fuga. No entanto, a carta principal fora interceptada por um cúmplice do Cônego Diogo, o caixeiro Dias, empregado de Manuel Pescada e forte pretendente, sempre repelido, à mão de Ana Rosa.
Na hora da fuga, os namorados são surpreendidos. Arma-se o escândalo, do qual o cônego é o grande regente. Raimundo retira-se desolado e, ao abrir a porta de casa, um tiro acerta-o pelas costas. Com uma arma que lhe emprestara o Cônego Diogo, o caixeiro Dias assassina o rival.
Ana Rosa aborta.
Entretanto, seis anos depois, vemo-la saindo de uma recepção oficial, de braço com o Sr. Dias e preocupada com os "três filhinhos que ficaram em casa, a dormir".

Aspectos Relevantes

É apontado como a obra inaugural do Naturalismo no Brasil (1881). Podem ser identificados alguns elementos naturalistas:
A CRÍTICA SOCIAL, através da sátira impiedosa dos tipos de São Luís: o comerciante rico e grosseiro, a velha beata e raivosa, o padre relaxado e assassino, e uma série de personagens que resvalam sempre para o imoral e para o grotesco. Já dissemos que esses tipos são, muitas vezes, pessoas que realmente viveram em São Luís, conhecidas pelo autor.
ANTICLERICALISMO, projetado na figura do padre e depois cônego Diogo, devasso, hipócrita e assassino.
OPOSIÇÃO AO PRECONCEITO RACIAL, que é o fulcro de toda a trama.
O ASPECTO SEXUAL, referido expressamente em relação à natureza carnal da paixão de Ana Rosa pelo mulato Raimundo.
O TRIUNFO DO MAL, já que, no desfecho, os crimes ficam impunes e os criminosos são gratificados: a heroína acaba se casando com o assassino de Raimundo (grande amor de sua vida), e o Pe. Diogo, responsável por dois crimes, é promovido a cônego.
Contudo, há fortes resíduos românticos:
Escrito em plena efervescência da Campanha Abolicionista, Aluísio Azevedo não manteve a postura neutra, imparcial, que caracteriza os autores realistas/naturalistas.

Ao contrário, ele toma partido do mulato, do homem de cor, idealizando exageradamente Raimundo, que mais parece o herói dos romances românticos (ingênuo, bondoso, ama platonicamente Ana Rosa e ignora a sua condição de homem de cor).

Observe que Raimundo é cientificamente inverossímel (filho de pai branco e mãe negra retinta, o filho tem "grandes olhos azuis, cabelos pretos e lustrosos, tez morena e amulatada, mas fina").
A trama da narração é romântica e desenvolve o velho chavão romântico da história de amor que as tradições e o preconceito impedem de se realizar. Além disso, a história é verdadeiramente rocambolesca (= complicada, "enrolada").

TEXTO I

Observe, na descrição de Raimundo, a idealização própria dos romancistas românticos, a superioridade absoluta: moral, intelectual e mesmo física:
"Raimundo tinha vinte e seis anos e seria um tipo acabado de brasileiro, se não foram os grandes olhos azuis, que puxara do pai.

Cabelos muito pretos, lustrosos e crespos,, tez morena e amulatada, mas fina,- dentes claros que reluziam sob a negrura do bigode, estatura alta e elegante, pescoço largo, nariz direito e fronte espaçosa.

A parte mais característica de sua fisionomia era os olhos grandes, ramalhudos, cheios de sombras azuís, pestanas eriçadas e negras, pálpebras de um roxo vaporoso e úmido,- as sobrancelhas, muito desenhadas no rosto, como a nanquim, faziam sobressair a frescura da epiderme, que, no lugar da barba raspada, lembrava os tons suaves e transparentes de uma aquarela sobre papel de arroz.
Tinha os gestos bem educados, sóbrios, despidos de pretensão, falava em voz baixa, distintamente, sem armar ao efeito, vestia-se com seriedade e bom gosto; amava os artes, as ciências, a literatura e, um pouco menos, a política."

TEXTO II

Observe no texto abaixo a caracterização dos costumes da província, dos mexericos e do preconceito, manifesto na "fofoca" de que participam D. Bibina, Lindoca, D. Maria do Carmo e Amância Souselas:
"- Ele não é feio... a senhora não ache, D. Bibina ?... segredava Lindoca à outra sobrinha de D. Maria do Carmo, olhando furtivamente para o lado de Raimundo.
- Quem? O primo d’Ana Rosa?
- Primo? Eu creio que ele não é primo, dona !
- É! sustentou Bibina, quase com arrelie. É primo sim, por parte de pai !...
Por outro lado, María do Carmo segredava a Amâncla Souselas:
- Pois é o que lhe digo, D. Amáncía: muito boa preta!... negra como este vestido! Cá está quem a conheceu!...
E batia no seu peito sem seios. - Muita vez a vi no relho. Iche !
- Ora quem houvera de dizer!... resmungou a outro, fingindo ignorar da existência de Domingas, para ouvir mais. Uma coisa assim só no Maranhão! Credo!"

TEXTO III

Observe a nitidez com que o autor retrata o ambiente da cidade (descrição de São Luiz):
"Era um dia abafadiço e aborrecido. A pobre cidade de São Luís do Maranhão parecia entorpecida pelo calor.

Quase que se não podia sair à rua: as pedras escaldavam, os vidraças e os lampiões faiscavam ao sol como enormes diamantes, as paredes tinham reverberações de prata polida; os folhas das árvores nem se mexiam; os carroças d’água passavam ruidosamente a todo o instante, abalando os prédios, e os aguadeiros, em mangas de camisa e pernas arregaçados, invadiam sem cerimônia as casas para encher as banheiras e os potes.

Em certos pontos não se encontra vã viva alma no rua; tudo estava concentrado, adormecido; só os pretos faziam as compras para o jantar ou andavam no ganho." 
 
 

A Bagaceira

(José Américo de Almeida)

Análise da obra

A bagaceira, publicada em 1928, é a obra introdutora do romance regionalista no país. A colisão dos meios pronunciava-se no contato das migrações periódicas. Os sertanejos eram mal-vistos nos brejos. E o nome de brejeiro cruelmente pejorativo.

O enredo do romance trata das questões do êxodo, os horrores gerados pela seca, além da visão brutal e autoritária do senhor de engenho, representando a velha oligarquia. A Bagaceira tem intenção crítica social, descambando, às vezes, para o panfletário, para o enfático e demagógico. Para o autor, o romance procura confrontar, em termos de relações humanas e de contrastes sociais, o homem do sertão e o homem do brejo (dos engenhos). Aproximando o sertanejo do brejeiro, na paisagem nordestina, José Américo de Almeida condiciona os elementos dramáticos aos ciclos periódicos da seca, os quais delimitam a própria existência do sertanejo.

Sob iluminação diferente, são postos em confronto, em A Bagaceira, os nordestinos do brejo e os do sertão. Brejeiros e sertanejos, submissão e liberdade, eram examinados com uma visão realista, se bem que, no registro das virtudes sertanejas possa notar-se, vez por outra, certo favorecimento (não intencional).

O título desse romance denomina o local em que se juntam, no engenho, os bagaços da cana. Figuradamente, pode indicar um objeto sem importância, ou ainda, "gente miserável". Todos esses significados se podem mobilizar no entendimento de A Bagaceira, romance de ardor e violência, desavenças familiares, flagelações da seca.

O autor que, antes, estreara vitoriosamente no ensaio, deixa transparecer aprofundado conhecimento do ambiente e do homem paraibano, anotando pormenores, acentuando os traços mais definidores, integrado na paisagem e na estrutura social cheia de injustiças.

O tempo é entre 1898 e 1915, os dois períodos de seca. Tangidos pelo sol implacável, Valentim Pereira, sua filha Soledade e o afilhado Pirunga abandonam a fazenda do Bondó, na zona do sertão. Vão para as regiões dos engenhos, no rejo, onde encontram acolhida no engenho Marzagão, de propriedade de Dagoberto Marçau, cuja mulher falecera por ocasião do nascimento do único filho, Lúcio. Passando as férias no engenho, Lúcio conhece Soledade por quem se apaixona. Lúcio retorna à academia e quando retorna em férias para a companhia do pai, toma conhecimento de que Valentim Pereira se encontra preso por ter assassinado o feitor Manuel Broca, suposto sedutor e amante de Soledade. Lúcio, já advogado, resolve defender Valentim e informa o pai de sua intenção de casar-se com Soledade. Dagoberto não aceita a decisão do filho. E então tudo é esclarecido: Soledade é prima de Lúcio, e Dagoberto foi quem realmente a seduziu. Pirunga, tomando conhecimento dos fatos, comunica ao padrinho (Valentim) e este lhe pede, sob juramento, velar pelo senhor do engenho (Dagoberto), até que ele possa executar o seu "dever": matar o verdadeiro sedutor de sua filha. Em seguida, Soledade e Dagoberto, acompanhados por Pirunga, deixam o engenho e se dirigem para a fazenda do Bondó. Cavalgando pelos tabuleiros da fazenda, Pirunga provoca a morte do senhor do engenho Marzagão, herdado por Lúcio, com a morte do pai. Em 1915, por outro período de seca, Soledade, já com a beleza destruída pelo tempo, vai ao encontro de Lúcio, para lhe entregar o filho, fruto do seu amor com Dagoberto.

O relato abre o ciclo do romance de 1930, entre outras razões por sua força de denúncia dos horrores gerados pela seca.

É digno de nota o prefácio que vale tanto ou mais do que próprio texto narrativo. Destaque para o espanto do escritor face às mazelas: "Há uma miséria maior do que morrer de fome no deserto: é não ter o que comer na terra de Canaã."

Na narrativa há um choque de três visões que correspondem a três processos sócio-culturais distintos:

1) Visão rústica dos sertanejos, com seu sentido ético arcaico.
2) Visão brutal e autoritária do senhor de engenho, representando a velha oligarquia.
3) Visão civilizada (moderna, urbana) de Lúcio, traduzindo um novo comportamento de fundo burguês e que logo seria autorizado pela Revolução de 30.

É digno de nota o projeto modernizador do personagem Lúcio ao assumir o comando do engenho: alfabetização dos filhos dos trabalhadores, melhores condições de habitação, etc. Ou seja, aquilo que Getúlio Vargas proporia nos anos seguintes como alternativa para o país.

O livro apresenta uma mistura de linguagem tradicional - dominada por um tom desagradavelmente sentencioso - com um gosto modernista por elipses e imagens soltas, e ainda pelo uso de algumas expressões coloquiais ou regionais. Na obra a linguagem do narrador faz esforço para não se afastar em demasia da dos personagens, dialetal, folclórica.

Fora sua notável importância histórica, A bagaceira é um romance frustrado por causa do excesso de análise sociológica. É como se a ânsia do autor em tudo explicar, destruísse todo e qualquer efeito sugestivo da narrativa.

Personagens centrais

Dagoberto Marçau - Proprietário do engenho Marzagão, simboliza a prepotência,  contrapondo-se à fraqueza dos trabalhadores da bagaceira. Considera-se "dono " da justiça e seu código é simples: "O que está na terra é da terra". Se ele é o senhor da terra, tudo que nela dá é da terra (ou seja, dele próprio). "Se ele é o senhor da terra, tudo que nela se encontra lhe pertence, até os próprios homens que trabalham no engenho. Assim pensa e assim age. Seduz  Soledade, vendo  na sertaneja semelhança com sua ex-mulher.

Lúcio - Humano, idealista, sonhador, apaixona-se por Soledade, com quem mantém um romance puro. Não compartilha as idéias de seu pai, Dagoberto Marçau, para quem "hoje em dia não se guarda mais na cabeça: só se deve guardar nas algibeiras. "Acreditava que  se podia desmontar a estrutura anacrônica do engenho: "Quanta energia mal empregada na desorientação dos processos agrícolas! 

A falta de método acarretava uma precariedade responsável pelos apertos da população misérrima. A gleba inesgotável era aviltada  por essa prostração  econômica. A mediania do senhor rural e a ralé faminta".

Soledade - Filha de Valentim Pereira, representa a beleza agreste do sertão. Aos olhos de Lúcio, a sertaneja. "não correspondia pela harmonia dos caracteres às exigências do seu  sentimento do tipo humano. Mas, não sabia por que, achava-lhe um sainete novo na feminilidade indefinível. As linhas físicas não seriam tão puras. Mas o todo picante tinha o sabor esquisito que se requintava em certa desproporção dos contornos e, notadamente, no centro petulante dos olhos originais."... "Era o tipo modelar de uma raça selecionada , sem mescla, na mais sadia consangüinidade."

A presença da sertaneja no engenho colocará uma barreira ainda maior entre Dagoberto e Lúcio. Por  Soledade Valentim se torna assassino e Pirunga causa a morte do senhor de engenho.

Valentim Pereira - Representa o sertão: destemido, arrojado e altivo. Como bom sertanejo pune pela honra de uma mulher, mata o feitor Manuel Broca, apontado como sedutor de sua filha. Mas a  "idéia fixa da honra sertaneja" vai além: a cicatriz que lhe marcava o rosto era resultado de uma briga mortal com um amigo, que desonrara uma  moça, neta de um "velhinho", de quem o tempo quebrara as forças. O diálogo entre Valentim e Brandão de Batalaia (assim se chamava o "velhinho")  é bem ilustrativo: "Que é que vossamecê manda? Ele respondeu que só queria era morrer. Eu ajuntei: E por  que não quer matar?..."

Pirunga - Filho de criação de Valentim Pereira, a quem tributa lealdade. Ama Soledade, mas seu amor não encontra receptividade. Assim como Valentim, simboliza o sertão: valente, intrépido, altivo... Por ocasião da festa no rancho, vai em defesa de Latomia: enfrentando a polícia.
 
 

O Missionário

(Inglês de Sousa)

Conheça mais sobre o Autor
Inglês de Sousa, ou Herculano Marcos Inglês de Sousa, advogado, professor, jornalista, contista e romancista, nasceu em Óbidos, Pará, em 28 de dezembro de 1853. Fez os primeiros estudos no Pará e no Maranhão. Diplomou-se em Direito pela Faculdade de São Paulo em 1876. Nesse ano publicou dois romances: ‘O Cacaulista’ e ‘História de um Pescador’. Seguiram-se mais dois, todos publicados sob o pseudônimo Luís Dolzani. Com Antônio Carlos Ribeiro de Andrade e Silva publicou, em 1877, a Revista Nacional, de ciências, artes e letras. Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras, e seu primeiro tesoureiro. Foi presidente das províncias de Sergipe e Espírito Santo. Fixou-se no Rio de Janeiro, como advogado, banqueiro, jornalista e professor de Direito Comercial e Marítimo na Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais. Foi presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros. Faleceu no Rio de Janeiro em 6 de setembro de 1918.Introduziu o Naturalismo no Brasil, no entanto seus primeiros romances não tiveram boa acolhida. Ficou conhecido com ‘O Missionário’ (1891), que, como toda sua obra, revela influência de Émile Zola. Nesse romance, descreve com fidelidade a vida numa pequena cidade do Pará, revelando grande espírito de observação, amor à natureza e fidelidade a cenas regionais. obrasO Cacaulista (1876)História de um Pescador (1876)O Coronel Sangrado (1877)O Missionário (1891)Contos amazônicos (1893)

Fonte:
http://pt.shvoong.com/books/biography/1659849-ingl%C3%AAs-sousa-vida-obra/
RESUMO DA OBRA
O Missionário, obra que goza de melhor conceito junto à crítica, nasceu do desenvolvimento do conto O Sofisma do Vigário.
É um romance de tese, propondo o conflito entre a vocação sacerdotal e o instinto sexual, instigado pelo relaxamento dos costumes e pelo sensualismo da mameluca Clarinha, que acabam por vencer a frágil resistência do Pe. Antônio de Morais.
Enredo
Tomando o hábito o Padre Antônio de Morais vai para Silves, povoado paraense, à entrada da selva amazônica.
Malgrado carente de vocação, granjeia prestígio de sacerdote correto e pio; todavia, a rotina da vilazinha, começando a enfastiá-lo, sugere-lhe a procura de um objeto mais valioso para aplicar seu talento.
E resolve embrenhar-se na mata inóspita, a fim de catequizar os temíveis mundurucus. Parte em companhia do sacristão, mas este regressa a Silves antes de chegar.
E é doente que chega ao sítio de João Pimenta, onde os desvelos de Clarinha, neta do agricultor, e prolongado repouso lhe restituem a saúde e lhe acordam o erotismo que a batina dissimulara até então.
Por fim, conduzindo a mameluca, retorna a Silves, e é recebido como um autêntico santo.
Comentário
Em O Missionário, o propósito de de demonstrar os condicionamentos biológicos, sociais e circunstanciais, sob a ótica Naturalista e Determinista, sugere o esquema e as etapas do processo narrativo.
Inicialmente, o autor descreve minuciosamente a localidade de Silves, no Pará, de maneira a dar-lhe corpo e vida, com sua atmosfera parada e sensual e seus tipos característicos: o farmacêutico, o livre-pensador, o sacristão, o coletor, o professor alguns maledicentes e intrigantes.
Introduz, a seguir, o idealismo místico e as controvérsias teológicas do Padre Antônio Morais, que se sente inútil, confinado à mediocridade da vida provinciana.
A decisão de aventurar-se entre os índios selvagens fundamenta-se mais no desejo de glória, que no zelo missionário.
Aventurando-se pelos rios e florestas da Amazônia, o convívio íntimo com a família de mamelucos, o sensualismo da paisagem põem à prova os votos de castidade, que cede.
Para explicar a queda final, o autor faz um longo retrospecto da vida do Padre Antônio Morais, repassando a infância, o seminário, a severa disciplina, a repressão da sexualidade na adolescência.
Quando a personagem retorna a Silves, o autor, ainda à maneira dos naturalista, extrai a moralidade dos fatos, acomodando-o à nova situação.
O livro na íntegra pode ser acessado no link abaixo:
http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/ingles-de-souza/o-missionario-1.php
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Site do Domínio Público:

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1828

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

EEFM Júlia Catunda participa da I Mostra Ambiental da Rede Pública Estadual

A Secretaria de Educação – Seduc realizou neste dia 1º de setembro a I Mostra de Educação Ambiental da Rede Pública Estadual de Ensino. Esse evento visa à socialização de trabalhos na temática ambiental desenvolvidos pelas escolas da rede estadual de ensino que foram os vencedores entre as diversas escolas participantes de todas as CREDE/SEFOR nas categorias científica e cultural.

Ao todo foram expostos 26 trabalhos científicos, sendo 01 por Crede e mais 6 da Sefor, e 10 apresentações artístico-culturais, sendo 01 por macroregião e 02 da Sefor, sobre experiências exitosas nas seguintes áreas: COM-VIDA nas escolas, Uso do laboratório de Educação Ambiental, Coletivos Jovens, CONPET na escola e Projetos em Educação Ambiental.

Entre os trabalhos está o projeto de Robótica com material reciclado dos alunos da Escola de Ensino Médio (EEM) Raimundo Nogueira de Horizonte. Eles construíram robôs utilizando peças de computadores, bracelete de relógio, lata de refrigerante, pisca de moto, entre outros materiais.

O professor de Física e orientador do projeto, Tarcísio Ernani, conta que tudo começou com o estudante Manoel Filho dos Santos que montou o primeiro robô e o apresentou na feira de ciências da escola, o que despertou o interesse do professor em formar uma oficina. Manoel, o precursor do projeto e aluno do 3º ano do Ensino Médio, ganhou uma bolsa do curso técnico de Mecatrônica do CEPEP e outra do CNPQ de iniciação científica.

Já em outro estande é possível conhecer o projeto Árvore da Vida, desenvolvido pelos alunos da EEEP Rita Aguiar Barbosa de Itapipoca. O trabalho dos estudantes tem como objetivo chamar a atenção para a preservação da carnaúba e mostrar a importância sócio-econômica da árvore para o Ceará.Pensando no melhor aproveitamento da planta, os alunos visitaram uma fábrica de extração da carnaúba e, após aprenderem o processo, fabricaram suas próprias velas e repelentes à base da árvore.

As atividades começaram por volta das 9h com a solenidade de posse dos membros da comissão A3P. Estiveram presentes a coordenadora do CODEA, Nohemy Resende, a assistente técnica da Educação Ambiental, Lindalva Costa, a articuladora de Diversidade e Inclusão Educacional, Hosana Magalhães, a coordenadora de Planejamento e Políticas Educacionais (COPED), Noemi Alencar, a assessora especial do gabinete, Érika Chaves e a coordenadora da Educação Ambiental e Articulação Social do CONPAM, Maria José Holanda, que veio representando o presidente Paulo Henrique Lustosa.

Após a execução do hino nacional brasileiro, a assessora de desenvolvimento institucional, Cristiane Holanda, que representou a secretária Izolda Cela, agradeceu aos alunos, pais, professores, diretores e coordenadores das Credes pelo envolvimento e compromisso com os projetos, e afirmou que é nas pequenas atitudes que se conhecem as grandes pessoas. Ela enfatizou ainda que é preciso valorizar, reconhecer e prestigiar todas as atividades desenvolvidas com foco na educação. Em seguida Cristiane autorizou a posse da comissão da A3P da Seduc e Crede, que foi comemorada com a apresentação da Banda Marcial da EEFM Maria Conceição Porfírio Teles.

Durante todo o dia, os estandes estiveram abertos à visitação do público e às 16h ocorreu o encerramento com a apresentação da Banda Fanfarra da EEM Dep. Paulo Benevides. Já amanhã, 02 de setembro, os alunos e professores participarão de atividades educativas e passeios ecológicos na Colônia de Férias do Sesc Iparana, na ONG Aquasis e Parque Botânico.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

DE OLHO NAS OLIMPÍADAS 2011












A IX Olimpíadas de Santa Quitéria apresentou nesses quatro dias de competição um misto de boa vontade e desorganização; a iniciar pela ausência das escolas particulares, e da falta de investimento nos atletas, as incongruências cometidas pela SECRETARIA DE CULTURA, que parece não entender de cultura, e o fato de não concordamos com o tema das OLIMPÍADAS, e a supervalorização do espaço central, e a falta de sensibilidade nas avaliações, ainda assim, a EEFM Júlia Catunda, preferindo pela autonomia e participação, montou uma equipe de atletas, artistas, coordenadores, treinadores, professores, e mostraram ao município que estamos acreditando cada vez mais na juventude, na cultura e na educação.

Parabéns a todos os atletas, parabéns a todos que ajudaram na organização e participação dos nossos atletas, PARABÉNS A SANTA QUITÉRIA PELOS 156 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA, ainda que seja uma emancipação mais simbólica do que propriamente política, econômica, e como ficou declarado pela SECRETARIA DE CULTURA, quiçá cultural.
Valorizemos a cultura local, valorizemos nossa literatura, nosso povo e nossas tradições.

RAIOS!




Sobre a IX OLIMPÍADAS.
Um velho cigano velho apareceu na casa dos meus avós, eu tinha oito anos, disse-me ele em tom profético, olhando pros meus braços quebrados:
- Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar!
Nem era inverno. Aquele velho devia estar louco... Muito sol, areia, cactos, por que cairia um raio justamente agora? E se caísse, que diferença faria se fosse no mesmo lugar? O burro do Zé do Burro, não deixaria o pobre Nicolau embaixo daquela árvore de novo.
Me intrigava as profecias do homem do campo... Não, não... Imagina só o sertão todo azul, aquele azulzinho celeste. Mas um raio cair duas vezes no mesmo lugar? Logo no verão? Era uma profecia difícil de ser realizada, a não ser... Não, impossível!
Meu pai enquanto jogava cartas com os amigos, repetia preguiçosamente:
- Um raio que o parta!
E era um raio que o parta pracá, pralá, prali, e imaginei que seria o mesmo raio do cigano, pra ser uma viagem só, Deus sempre gostou disso, primeiro o dilúvio, depois a guerra santa, a segunda guerra, agora tem a fome, etc., vários coelhos com uma porrada só.
Quando cresci, e principalmente vivi em Santa Quitéria, presenciei a queda de dois raios no mesmo lugar, partindo o mesmo ser, descortinando as mesmas pessoas, e não foi Deus quem os mandou, foi o homem mesmo, e logo eles, e não é que a história se repetiu... Como pode, uma ser entender de disso e julgar aquilo? É abstrato demais, aliás, abstração é o que menos importa, o sentido tecnicista é primazia do pensamento cultural das pessoas que compõe essa secretaria, que fica condicionada a ideia superficial de cultura de massa, isso deve ser arte e isso não é arte... E tutti frutti... E por que será que não valorizamos a cultura quiteriense, ou não temos cultura? Me julgas pessimista? Eu não acreditei na história dos raios, apenas as mal interpretei.
Julgador de música julga música. Julgador de dança, julga dança. Julgador de artes, julga artes, julgador de teatro, julga teatro. E nós que julgamos a todos, que um raio nos parta!
E vamos ao teatro.
NACÉLIO R. LIMA

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O PRÉDIO DA ESCOLA PASSA POR REFORMAS




O prédio da escola passa por reformas na sua estrutura física, com isso espera-se que os nossos alunos estejam cada vez mais confortável, integrados numa escola moderna e incluídos nas novas tecnologias.
Os setores mais beneficiados com a reforma, autorizado pelo Governo do Estado, foram o laboratório de ciências, a secretaria (com a construção de um arquivo morto), a sala dos professores, as salas de aula (que ganharam novo piso), além de novas instalações, reformas gerais e pinturas nas dependências internas e externas da escola, e adaptação para pessoas com necessidades especiais.
Durante todo mês de julho a escola virou um verdadeiro canteiro de obras, os operários trabalharam duro para finalizar os trabalhos, mas devido a problemas diversos a reforma se estendeu até o mês de agosto, impedindo que as aulas iniciassem no dia 01 de agosto, como estava previsto no calendário letivo.
Toda espera é justa, pois sabemos que a nossa escola é umas mais antigas, e o prédio é um verdadeiro patrimônio da sociedade quiteriense, essa reforma vem reconfigurar a imagem de uma escola PIONEIRA, e atenta às descobertas mais recentes da ciência e da tecnologia.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Seduc e Universidade Aberta lançaram Curso Enem 2011

A Secretaria da Educação do Estado do Ceará, em parceria com a Universidade Aberta do Nordeste, da Fundação Demócrito Rocha, lançou no início de agosto, o curso Enem 2011. A iniciativa tem como finalidade de oferecer aos estudantes de 3° ano do Ensino Médio um suporte para seus estudos na busca por uma vaga em Instituições Públicas Federais.

O curso utiliza recursos pedagógicos diversificados para facilitar o aprendizado dos cursistas. Os estudantes inscritos têm acesso a fascículos impressos, vídeo aulas, rádio aulas, simulados, tutorial, linha 0800 e Ambiente Virtual de Aprendizagem, além da disponibilidade gratuita de todo material do curso, bem como informações sobre o Enem.

Os alunos do 3º ano do Ensino Médio das Escolas Estaduais terão acesso a inscrição e a sua participação no curso através do sistema Aluno Online, caso exista algum aluno SEM acesso ao sistema, o mesmo deve então dirigir-se à secretária de sua escola e solicitar o cadastro.

A Seduc ressalta que sem a inscrição no curso o aluno só terá direito ao material impresso. Ao se inscrever no Curso ENEM 2011, o aluno terá acesso ao que há de mais interessante e necessário para o sucesso nas provas nos dias 22 e 23 de outubro próximo.

O objetivo dessa iniciativa é disponibilizar materiais didáticos que orientem os estudantes no novo modelo de prova do ENEM, adotado como processo seletivo para admissão dos cursos de graduação. A ideia é colaborar com a preparação dos alunos de 3° ano do Ensino Médio para obtenção de uma vaga em cursos de graduação, nas Instituições de Ensino Superior que adotaram o ENEM como processo seletivo.

Última atualização ( Sex, 12 de Agosto de 2011 20:47 )

5º Prêmio Professores do Brasil está com inscrições abertas até 15 de setembro

Estão abertas até o dia 15 de setembro, as inscrições para o 5º Prêmio Professores do Brasil. Instituído pelo MEC e oferecido por suas instituições parceiras, o concurso objetiva reconhecer o mérito de professores, pela contribuição dada à melhoria da qualidade da Educação Básica, por meio de experiências pedagógicas bem sucedidas.

O Prêmio consiste na seleção e premiação das melhores experiências pedagógicas desenvolvidas por professores das escolas públicas, instituições educacionais comunitárias, filantrópicas e confessionais, conveniadas aos sistemas públicos de ensino, em uma das etapas da Educação Básica.

Os autores das experiências selecionadas pela Comissão Julgadora Nacional, independentemente de sua região e da categoria a que concorrem, receberão a importância de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), além de troféu e certificados expedidos pelas instituições promotoras do Prêmio.

As escolas nas quais foram desenvolvidas as experiências selecionadas serão premiadas com a aquisição de equipamentos audiovisuais ou multimidia, a critério delas, no valor de até R$ 2.000,00 (dois mil reais).

As escolas nas quais foram desenvolvidas as experiências selecionadas serão premiadas com equipamentos audiovisuais ou multimídia, no valor de até R$ 2.000,00 (dois mil reais).

Poderão ser selecionadas até 5 (cinco) experiências para receber Diplomas de Honra ao Mérito.

Clique aqui para ver o regulamento.
Clique aqui para fazer sua inscrição.

Para mais informações acesse www.premioprofessoresdobrasil.mec.gov.br

Assessoria de Comunicação da Secretaria da Educação
imprensa@seduc.ce.gov.br
Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo. / (85) 3101.3972

Cronograma das Olimpíadas

Dia 24/ 08 – As 18 horas ABERTURA – No Ginásio poliesportiva 
       Dia 25/08
  • 18: 00 – Artes Plastica - Praça do Bradesco

    18:30- Grupo Musical
    Ordem de apresentação

    1º grupo - 18: 30 -Júlia Catunda
    2º grupo - 18: 40 - Manuel Rufino
    3º grupo - 18: 50 - Aracy Martins

  • 19: 00- Grupo de Dança
    Ordem de apresentação

    19: 00 -Aracy Martins
    19: 10-Júlia Catunda
    19: 20- Manuel Rufino
    19: 30- João Rodrigues Pinto
    19:40- Fca. Geracina
    19:50-Maria Neusa
    20:00- Conceição Catunda
    20:10 – Jocundo Parente
    20:20- Morrinhos

  • Dia 26/08-Teatro
    Ordem de apresentação

    18: 00 -Conceição Catunda
    18: 20-Fca. Geracina
    18: 40- Aracy Martins
    19: 00- Maria Neusa
    19:20- Almerinda Jucá
    19:40-Júlia Catunda
    20:00- Morrinhos

segunda-feira, 13 de junho de 2011

EEFM JÚLIA CATUNDA REALIZA O I ENCONTRO DAS ÁREAS DO CONHECIMENTO ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS

No último dia 10 de junho, a EEFM Júlia Catunda, localizada no município de Santa Quitéria-CE, realizou o I ENCONTRO DAS ÁREAS DO CONHECIMENTO ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS. Foram apresentados projetos de diversas temáticas: O texto Publicitário; Lendo e compreendendo os Gêneros textuais do suporte jornal; A bíblia e os gêneros textuais; além de recontar a história dos 67 anos da escola.






terça-feira, 7 de junho de 2011

MAIS UM EX-ALUNO ILUSTRE DO JÚLIA CATUNDA

JÚLIA CATUNDA:REMINISCÊNCIAS

Por ROBERTO MAGALHÃES FARIAS
Advogado
Fortaleza-Ceará

Era uma vez uma Escola que ficava no quintal da minha casa. Num tempo em que os alunos ainda se levantavam quando a professora, ou um visitante, entrava em sala. Dona Margarida Linhares, a Badinha; Dona Vera Lobo; Dona Conceição Paiva, a dona Pretinha; Dona Marli Mendonça, Dona Amélia e Dona Lourdes Mourão, estas foram as minhas mestras, do primeiro ao quinto anos do primeiro grau, hoje ensino fundamental.
         Na direção, não poderia esquecer a presença sempre imponente de dona Albetiza Lobo, e do nosso querido Dr. Paulo Furtado (marido de dona Betiza), que sempre cuidava de aparecer em sala quando um professor se atrasava, para refrear os ânimos da meninada mais rebelde. À tarde, a nossa querida tia Lourdes Benevides, a vice-diretora.
    Num tempo em que praticamente não havia televisão, as lindas histórias narradas pela professora Terezinha Parente embalaram os meus sonhos de criança. E se a história era muito longa, aguardava ansioso a parte final, que seria concluída na semana seguinte.
    Num tempo em que não havia lanche, nem livros, nem quadra de esporte, mas mesmo assim a “hora do recreio” era esperada com ansiedade. Bastava-nos o terreno estreito na lateral esquerda da escola e uma bola de plástico levada por um ou outro aluno. Eu era craque, podem acreditar. Foi daí que me deram o apelido de Roberto Batata, alusão a um grande atacante do Santos, no começo dos anos 70.
    A escassez dos recursos didáticos, contudo, não foi obstáculo para a conquista de sonhos maiores: o curso de graduação em Direito e depois pós-graduação e mestrado na Universidade Federal do Ceará. Empós, dediquei-me também por alguns anos ao magistério superior, numa faculdade de direito aqui em Fortaleza. Todavia, ainda acalento outros sonhos, como fazer um doutorado em Paris, visitar o Velho Continente, esquiar na neve (imaginem um matuto como eu pensando em esquiar: hehehe).
    Aos meus filhos, um já advogado e outro cursando Engenharia Civil na UFC, eu sempre lhes conto as agruras da vida e os fortes obstáculos que a miséria social nos obriga a superar. Afinal, foi para isso que Deus nos deu inteligência e sabedoria: transformar o mundo, e fazer da nossa vida uma busca incessante da ascensão social, intelectual e moral.
    No  Brasil, o grande impulso para essa transformação veio com a promulgação da Constituição Federal de 1988. Nela estão insculpidos todos os ideais do povo brasileiro. Cabe a nós, que somos efetivamente “o povo”, zelar para a realização, no mundo dos fatos, dos objetivos fundamentais consagrados no seu art. 3º: a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, a garantia do desenvolvimento nacional, a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades sociais, a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
    A mudança social se dá por uma educação crítica e libertadora, a única capaz de formar cidadãos honestos e conscientes, que começa em nossa casa e deve multiplicar-se nas escolas. A educação é o principal instrumento que nos capacita a transformar e participar ativamente do mundo da vida. Os jovens não podem desperdiçar os ensinamentos de seus mestres. É missão de todos – crianças, adolescentes e adultos – empenhar-se na consecução dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, os quais sintetizam, desde a Revolução Francesa de 1789, os ideais supremo de toda a humanidade.
    Para alcançá-los, cabe a nós, enquanto elementos constituintes do “povo”, cuidar para que o Estado brasileiro (vale dizer, os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário), cujo principal fundamento reside na dignidade da pessoa humana, direcione todas as suas atividades para a realização e concretização prática, no mundo da vida, dos direitos fundamentais e sociais enunciados nos arts. 5º e 6º (direitos individuais, direito ao trabalho, à educação, à previdência social etc), dentre outros, da Carta Magna de 1988.
    Saúdo e parabenizo a minha escola, nas pessoas de minhas antigas mestras, sabedor que hoje perpetuam essa bem-aventurada missão algumas de minhas ex-colegas, dentre elas minha irmã, a professora Rossana, a pedido de quem torno públicos os meus agradecimentos, e agradeço a oportunidade de remexer antigas lembranças da infância, já quase empoeiradas nas profundezas da memória.

EX-ALUNO ILUSTRE DO JÚLIA CATUNDA

O Júlia Catunda foi a Escola mais importante da minha vida de estudante, pois foi nela que comecei a imaginar planos para uma vida profissional futura . Quando nela ingressei, em 1976, tudo era muito importante para mim, pois Eu vinha de uma escola da zona rural, lá de São José dos Mocós, onde as aulas eram em casas de famílias. E o Júlia Catunda uma escola enorme, com muitas salas, muitos professores, muitos alunos, coisa que eu não era muito acostumado. Eu achava bonito... e era mesmo. Como era importante para mim. Que novidade, aquela escola cheia de professores e que os alunos atendiam e respeitavam. Que turma boa, aquela. Todos eram amigos. Todos se ajudavam.

Faz-me lembrar minha primeira professora da escola, a Dona Márcia Paiva, do Programa Educação Integrada, programa que existia para alunos fora da faixa etária escolar. Quando ingressei já foi no 2º semestre e entrei como ouvinte, mas fui aprovado para cursar a 5ª série, isso me encheu de alegria. O bom tempo de Júlia Catunda se complementa com uma série de professores que foram importante para mim, como o professor José Sales, Mariana Aragão, Wilsa Parente, Maggy, Magnólia(Nonó), Noélia Cavalcante. Dona Betiza Lôbo, nossa diretora e outros.

Eufrásio Aragão Magalhães

Escola de Ensino Fundamental e Médio Júlia Catunda completa 67 anos de vida

Neste dia 26 de Maio, em meio aos festejos da nossa padroeira, a Escola de Ensino Fundamental e Médio Júlia Catunda completa 67 anos de vida. Nós fazemos parte dessa instituição de ensino que é um exemplo para o município, queremos parabenizar todos que fizeram e fazem parte da nossa história; hoje, temos o maior exemplo de vitalidade, numa construção heterogênea, onde o passado é todo presente, e o presente é todo o futuro, como já bem anunciava Fernando Pessoa; são ex-alunos que lecionam os filhos de ex-professores, e professores que são colegas de trabalho de seus ex-alunos, “uma Paulicéia desvairada”, diria Oswald de Andrade, discordemos em parte do poeta, pois o Júlia Catunda é um lugar de encontro e reencontro; quantos aqui passaram e deixaram saudade, outros voltaram, alguns nem foram; afinal, somos a pioneira no município, estamos no coração da cidade, pois é no coração que estão guardados as melhores lembranças, e “deixem que diga, que pense, que fale”, lembremos Caetano Veloso, quando o que importa é estarmos cada dia mais renovado e pronto para os desafios; educação de qualidade, trabalho reconhecido na cidade, na região e no estado. Nos últimos anos a escola tem se destacado em feiras regionais e estaduais; em 2010, tornou-se a primeira escola da região a ser classificada para uma feira de ciência e cultura de nível norte-nordeste (EXCETEC- 2011). São conquistas concretas, como essa que faz com que nós nos sintamos alegres e motivados para continuar “sempre em frente”, diria o compositor e poeta Renato Russo.













Nossos sinceros agradecimentos aos funcionários, professores e toda comunidade escolar, que nos encorajaram sempre a seguir em frente, e contribuíram de forma participativa ao alcance de nossos objetivos almejados em prol de uma educação de qualidade.


Venha, junte-se a nós no dia 10 de Junho, a partir das 19 horas, num grande encontro na CDL de Santa Quitéria, é hora de revermos antigos amigos, professores, funcionários, diretores, ao som das Bandas Arma Sophia e Swing Mania.

terça-feira, 31 de maio de 2011

MODELO DO BANNER PARA O I ENCONTRO DAS ÁREAS DO CONHECIMENTO ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS

I ENCONTRO DAS ÁREAS DO CONHECIMENTO ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS

Titulo do Projeto (Gênero)

Aluno 1
Aluno 2
Aluno 3
Professores Orientadores

RESUMO
Explicitar de forma resumida o projeto.

PALAVRAS-CHAVE
Destacar as palavras que resumem a ideia central do projeto.

INTRODUÇÃO
Aqui serão apresentados os conhecimentos básicos sobre o gênero (Características,
linguagem dominante, domínios sociais de comunicação, etc.). Se optar, a equipe
poderá subdividir por itens.

DESENVOLVIMENTO
Aqui, a equipe pode expor de que forma esse gênero é produzido. A explicitação pode
tratar das etapas de confecção, destacando os elementos constitutivos, a
intencionalidade do gênero, o nível de aceitabilidade, a situacionalidade (contexto de
uso), intertextualidade, informatividade, etc. (esse tópico pode ser explicitado durante
as apresentação).

IMAGEM I                    IMAGEM II                IMAGEM III
                    GRÁFICO I                GRÁFICO II

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Explicitar os objetivos desse projeto, a importância da pesquisa,
contextualizar as informações, e esclarecer tópicos, etc.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CONTATOS

I ENCONTRO DAS ÁREAS DO CONHECIMENTO ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS

I ENCONTRO DAS ÁREAS DO CONHECIMENTO ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS
TEMA: JÚLIA CATUNDA, 67 ANOS: VIVA A IDEIA DE CONSTRUIRMOS UMA ESCOLA CADA VEZ MELHOR

RESUMO: A partir de um Encontro/Feira Científica e Cultural, integrar os professores (Ver lista em Anexo I) de diferentes disciplinas das séries finais do Ensino Fundamental e de todas as séries do Ensino Médio, buscando analisar e fundamentar de que forma esses concebem e percebem a necessidade de utilizar os Gêneros Textuais (Ver Anexo II) como atividades mediadoras na integração de conhecimentos, num enfoque interdisciplinar, transformando-as em prática central das atividades curriculares, uma vez que ainda prevalece a fragmentação do ensino. E ainda desenvolver a capacidade crítica-formadora, enfatizando a capacidade competitiva do aluno, indispensável para as exigências do mercado de trabalho (Ver Anexo III).

PALAVRAS-CHAVE: interdisciplinaridade, Gêneros Textuais, ensino, leitura e escrita.

OBJETIVOS:
Desenvolver-se um projeto interdisciplinar é de fazer com que o educando perceba a relação existente entre as disciplinas.
Tratar o texto de forma interdisciplinar;
Criar possibilidade de interação e transformações recíprocas entre as diferentes áreas do sabe através dos gêneros textuais;
Perceber a realidade em que estamos inseridos e fazer a leitura do contexto social / cultural em que está participando e também construindo;
Criar oportunidades para que todos os alunos sejam introduzidos nas práticas sociais de leitura, que valorizam o livro, a cultura erudita, o saber científico e que utiliza a escrita para o desenvolvimento pessoal e do grupo ao qual o indivíduo pertence é uma forma de transformar esse quadro da fragmentação.

INTRODUÇÃO:
A língua, sistema de representação do mundo, está presente em todas as áreas do conhecimento. A tarefa de formar leitores e usuários competentes da escrita não se restringe, portanto, à área de Língua Portuguesa, já que todo professor depende da linguagem para desenvolver os aspectos de sua disciplina. A compreensão dos textos que subsidiam o trabalho das diversas disciplinas depende necessariamente do conhecimento prévio que o leitor tiver sobre o tema e da familiaridade que tiver construído com a leitura de textos do gênero. É tarefa do professor, portanto, independente da área, ensinar também, os procedimentos de que o aluno precisa dispor para acessar os conteúdos da disciplina que estuda. Produzir esquemas, resumos que orientem o processo de compreensão dos textos, bem como apresentar roteiros que indiquem os objetivos e expectativas que cercam o texto que se espera ver analisado ou produzido não pode ser tarefa delegada a outro professor que não o da própria área.
   
METODOLOGIA:
Em primeiro lugar, não há como ler textos, gráficos ou imagens, sem ter compreendido bem a natureza dos gêneros textuais das diferentes áreas de conhecimento, ou seja, a situação particular em que textos, gráficos ou imagens foram produzidos. A situação de produção de um texto é sempre histórica, isto é, tem uma história. Em matemática, por exemplo, o professor pode ensinar a situação de produção de um gênero textual matemático trabalhando com o nascimento de conceitos a eles relacionados, registrados na história da matemática.
Em segundo lugar, não há leitores que leiam bem sem ter suas capacidades de leitura, necessárias para ler qualquer gênero de texto, bem desenvolvidas. As capacidades de leitura, portanto, podem e devem ser desenvolvidas em qualquer disciplina escolar.
Assim, para que o aluno possa ler bem em qualquer disciplina, é preciso preparar atividades de leitura próprias para cada uma delas, considerando alguns aspectos gerais:
1) O aluno precisa ser um leitor ativo, não pode apenas decifrar o texto que lê e aceitar o que decifrou passivamente. Para que o aluno seja um leitor ativo diante de atividades de leitura propostas, é condição inicial que a leitura seja uma situação efetiva de interlocução, de diálogo, e que sejam definidas para o aluno as finalidades das atividades de leitura que ele fará.
2) O aluno precisa compreender o que lê. As atividades didáticas favorecem a compreensão do que é lido quando elas propõem a utilização/ativação de diversas capacidades de leitura.
3) Para compreender o que lê, o leitor precisa ter conhecimento de que textos são discursos, isto é, espaços onde o autor diz alguma coisa para seus prováveis leitores. Ou seja, nos textos há sempre diálogos do autor com o leitor sobre idéias de outras pessoas, que o autor aprova ou contesta, e idéias do próprio autor que ele deseja transmitir ao leitor. Dizendo de outra maneira, os textos são intermináveis conversas com outros textos, onde o leitor capaz sempre se pergunta: Mas, o que o autor quis dizer com isso? Continuando o interminável diálogo. Por essa razão, além das atividades diretamente voltadas para a compreensão, é também preciso explorar aspectos discursivos como a relação crítica do leitor com o texto que lê e a relação entre diferentes textos.
Diante do exposto, fica evidente que os professores das diversas disciplinas também não podem ser passivos diante da leitura de seus alunos. Precisam interferir deliberadamente para que eles aprendam a ler em suas áreas de conhecimento, desenvolvendo as capacidades de leitura necessárias por meio de atividades especialmente preparadas para essa finalidade.
O projeto do Encontro implica, assim, em que uma disciplina conheça, das demais, seus princípios e conceitos fundamentais. Somente a partir dessa abertura poderão ser desenhados os elementos que poderão fundar uma prática de projetos interdisciplinar, porque então haverá o estabelecimento de uma rede de conhecimentos com uma base realmente assentada na realidade, porque então haverá o estabelecimento de uma rede de conhecimentos que seja coerente com os vários princípios e conceitos das distintas disciplinas. O contrário disso não implica em mais interdisciplinaridade, mas em visões recortadas e não integradas da leitura e da escrita.
Embora exista um discurso coerente em defesa da interdisciplinaridade, os professores, na prática, apresentam dificuldades em superar uma visão isolada em relação às suas disciplinas, em razão justamente de forma estruturada, não flexível e pontualmente conformada no âmbito ideológico de um paradigma de dissensão. Assim, quando o tema é a possibilidade de interdisciplinaridade em leitura e escrita existe uma posição dúplice com base nas respostas pesquisadas; embora os professores entendam as vantagens de tal prática no que diz respeito à leitura e à escrita, por outro constatam a distância que separa a implementação desse mesmo projeto interdisciplinar.
A prática de leitura e de escrita é uma atividade que merece destaque na prática escolar, uma vez que deve ser ensinada por todos os professores, em qualquer área do conhecimento. Os professores sabem que a prática da leitura e da escrita é um poderoso instrumento nas questões de aprendizagem. No entanto, os professores de áreas distintas sentem-se de certo modo constrangidos em uma intervenção direta no processo de leitura e de escrita e esse sentimento se dá:
a) por não saberem como intervir;
b) por desconhecerem sob que prisma intervir – o da compreensão do texto ou o da gramática? – e, finalmente,
c) em razão do desconhecimento dos princípios e conceitos das demais disciplinas, o que constrange a interdisciplinaridade.
Essa situação reflete a própria formação dos professores, que é focada apenas em um recorte específico do saber, ou seja, que parte de e a partir de uma especialização. É, segundo Morin, a disperespecialização faz com que se perca a visão do todo, o que contribui para um aspecto restritivo e engessante do saber.
Por outro lado, o desenvolvimento e a insegurança que se instalam a partir daí, levam os professores a não terem clareza sobre qual o aspecto que deve ser tocado em sua intervenção no processo de leitura e de escrita, e a opção pela compreensão ou pela gramática ressalta essa disjunção, novamente, segundo Morin. Do ponto de vista estritamente curricular clássico, abordariam esses professores aspectos gramaticais (o que é bem complicado pela insegurança e gerado por outra área de conhecimento) e de um ponto de vista mais social (e mesmo necessário) abordariam uma intervenção na compreensão textual. Essas distinções ou opções são recorrentes aos professores que não possuem uma visão interpolar da educação enquanto processo e não enquanto um todo predisível no sentido curricular.
Em razão de suas formações específicas, os professores interiorizam e materializam tais parâmetros, o que faz com que um professor de matemática ou de educação física se pergunte porque interviriam no processo de leitura e de escrita, visto que o mesmo não pertence a sua área de formação. Mais ainda, nesse aspecto se reforça um paradigma educacional disjuntivo, que entende o conhecimento como penalizado e fragmentado, dificultando uma visão mais integradora e socialmente inserida do processo de leitura e de escrita. As resistências, portanto, para a interdisciplinaridade residem entre outros fatores que o professor projeta a respeito de suas áreas de especialização, ou seja, uma onda hierarquizada e burocrática do saber, a um currículo que funcione como um sistema fechado e previsível. 
Ao analisarmos tais situações, vemos que, no primeiro caso, não se trata simplesmente da utilização de uma linguagem mais simples, mas sim de um tipo de texto mais próximo da realidade do aluno. O jornal e a revista têm em mente um público alvo específico, orientando seus textos, para comunicar-se diretamente com esse segmento de leitores. São, portanto, estruturas textuais diferentes, a de um livro didático e a de um jornal ou revista. Evidentemente, o aluno tenderá a ter uma maior aceitação de uma mídia escrita que mais se aproxime das práticas sociais que tem com da leitura e escrita. Por outro lado, a intervenção “gramatical” revela um sentido interessante quanto à própria interdisciplinaridade. Os professores recebem um tipo de formação para atuarem em uma área específica do conhecimento, como se o ensino e a aprendizagem se circunscrevessem, igualmente, a parâmetros cartesianos. Com isso, existe uma tendência epistemológica para um pensamento e uma prática didático-pedagógica (e especialmente uma transposição didática) unívoca. 
O pensamento dominante de que somente o professor de português deve ou pode intervir na aprendizagem da leitura e da escrita, portanto, faz parte desse cenário. No entanto, como a realidade demanda maior nível de exigências do que um modelo epistêmico de formação prediz, os professores ficam sem entender e sem poder avaliar corretamente de que modo podem intervir na leitura e na escrita de seus alunos, inclusive não sabendo se podem ingressar, nas fronteiras feudais do conhecimento de seu colega.
O professor é aquele que apresenta o que será lido: o livro, o texto, a paisagem, a imagem, a partitura, o corpo em movimento, o mundo. É ele quem auxilia a interpretar e a estabelecer significados. Sem alunos e professores lendo e assumindo sua tarefa de mediadores de leitura, escrevendo e dialogando, nada mais haverá na escola além da reprodução. As atividades de leitura e de escrita, nas diversas modalidades, transformadas em ritual burocrático, no qual o aluno lê sem poder discutir, responde questionários mecanicamente e escreve textos buscando concordar com o professor são atividades sem significado, proporcionando uma prática alienante dentro do espaço escolar.

CONSIDERAÇÕES:

A principal função da escola é orientar o aluno a desenvolver a capacidade de construir relações e conexões entre as imensas redes de conhecimento que nos cerca. Conforme SOUZA E GUEDES (1998), “O que desejamos é um aluno – e também um professor – leitor e produtor de textos”. 
Os professores devem ter consciência da necessidade de um trabalho interdisciplinar na escola por todas as áreas do conhecimento. No entanto, as dificuldades para a interdisciplinaridade são impeditivas ao desenvolvimento integrado do processo de leitura e de escrita, o que implica, para superá-lo, em uma visão e em uma prática que entenda a educação como um todo e não como um mero aspecto formal parcializado e descontextualizado da vida do aluno e do professor, estabelecendo uma relação dinâmica com o conhecimento e com os relacionamentos interpessoais no âmbito escolar.
Ler e escrever, implica redimensionar nossas práticas e nossos espaços, para assim cumprir com a tarefa de formação de novos cidadãos para um mundo em permanente mudança nas suas escritas e cada vez mais exigente quanto à qualidade da leitura.

REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez, 1982.
GUEDES, Paulo Coimbra, SOUZA, Jane Mari de NEVES, Iara C., SCHÄFFER, Neiva O., KLÜSENER, Renita (org.). Ler e Escrever: compromisso de todas as áreas. Porto Alegre: UFRGS, 1998.
Heloisa Amaral. Comunidade Escrevendo o Futuro - Leitura nas diversas disciplinas I http/www.escrevendo.cenpec.org.br: publicado em: 25/06/2009.
KLEIMAN, Angela B, MORAES, Silvia E. Leitura e interdisciplinaridade: tecendo redes nos projetos da escola. Campinas, SP: Mercado das Letras, 1999.
NEVES, Iara Conceição Bitencourt. Ler e escrever: compromisso de todas as áreas/ organizado por Iara Conceição Bitencourt Neves, Jusamara Vieira Souza, Neiva Otero Schäffer, Paulo Coimbra Guedes e Renita Klüsener.- 4.ed- Porto Alegre: Ed. Universidade/ UFRGS, 2001.
 
ANEXO II
Critérios levado em consideração na elaboração dos trabalhos com os gêneros textuais, e posteriormente abordados na avaliação.
I - O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais relacionado à temática do Encontro, seu contexto de uso, sua função social específica, seu objetivo comunicativo, e seu formato mais comum relacionado aos conhecimentos construídos socioculturalmente.
II – Aplicação de técnicas e arte como forma abrangente, nível de aprofundamento estético e funcional, criatividade, inovação e persuasão nos trabalhos, organização e apresentação, uso da temática como alicerce norteador da produção textual e artística dos alunos.
 
ANEXO III
Serão considerados vencedores os trabalhos que melhor resultado obtiver nas seguintes categorias:
I – SÉRIE/TURMA POR TURNO
II – VOTO PÚBLICO
III – INOVAÇÃO
IV – CAMPEÃO GERAL