quarta-feira, 21 de setembro de 2011

LIVROS INDICADOS PARA O VESTIBULAR UEVA 2012.2

Cacau (Jorge Amado)



Os acontecimentos se passam durante a década de trinta. Relata a vida de um sujeito chamado Jose Cordeiro, que f ilho de pai rico, morando em Sergipe vê o pai morrer quando ainda era criança, e o tio tomar tudo o que pertencia a ele e a sua mãe. Pobre acaba trabalhando na fabrica do tio de onde mais tarde e demitido por não se sujeitar aos mandos e desmandos. Pobre e desempregado embarca para a Bahia para trabalhar nas lavouras de Cacau. No sul da Bahia e encaminhado à fazenda do coronel Manoel Misael de Sousa Telles conhecido por Mane Fragelo. Na fazenda conhece agora seus novos amigos, Honório, Colodino e João grilo. Trabalhando de sol a sol na colheita do Cacau e ganhando três mil e quinhentos reis diários, dinheiro que mal dava para a compra semanal na despensa de João Vermelho, sua alegria era ir a Pirangi nos finais de semana. Onde todos tiravam o atraso com as mulheres fáceis. Honório era um homem a quem todos respeitavam inclusive Mane Fragelo a mando de quem havia feito varias mortes. João Grilo gostava de contar causos e tocar viola. Colodino assim como Jose Cordeiro sabia ler e escrever e namorava Magnólia. Nas festas de São João o coronel veio para a fazenda com a família e Jose Cordeiro foi escolhido para ser o acompanhante de sua filha. Osório o filho do coronel também veio. Um dia Colodino pegou Osório e magnólia no flagra rasgou a cara do desgraçado no facão e fugiu para o Rio de Janeiro, de onde prometera escrever para Cordeiro. Jose cordeiro recebeu a tão esperada carta de Colodino e rejeitando o amor que havia nascido entre ele e a filha do coronel, partiu para o Rio de Janeiro para lutar pelos ideais de classe. 
 
 


O MULATO 

(Aluísio Azevedo)


Resumo

Saindo criança de São Luís para Lisboa, Raimundo viajava órfão de pai, um ex-comerciante português, e afastado da mãe, Domingas, uma ex-escrava do pai.
Depois de anos na Europa, Raimundo volta formado para o Brasil. Passa um ano no Rio e decide regressar a São Luís para rever seu tutor e tio, Manuel Pescada.
Bem recebido pela família do tio, Raimundo desperta logo as atenções de sua prima Ana Rosa que, em dado momento, lhe declara seu amor.
Essa paixão correspondida encontra, todavia, três obstáculos: o do pai, que queria a filha casada com um dos caixeiros da loja; o da avó Maria Bárbara, mulher racista e de maus bofes; o do Cônego Diogo, comensal da casa e adversário natural de Raimundo.
Todos três conheciam as origens negróides de Raimundo. E o Cônego Diogo era o mais empenhado em impedir a ligação, uma vez que fora responsável pela morte do pai do jovem.
Foi assim: depois que Raimundo nasceu, seu pai, José Pedro da Silva, casou-se com Quitéria Inocência de Freitas Santiago, mulher branca. Suspeitando da atenção particular que José Pedro dedicava ao pequeno Raimundo e à escrava Domingas, Quitéria ordena que açoitem a negra e lhe queimem as partes genitais.

Desesperado, José Pedro carrega o filho e leva-o para a casa do irmão, em São Luís. De volta à fazenda, imaginando Quitéria ainda refugiada na casa da mãe, José Pedro ouve vozes em seu quarto. Invadindo-o, o fazendeiro surpreende Quitéria e o então Padre Diogo em pleno adultério.

Desonrado, o pai de Raimundo mata Quitéria, tendo Diogo como testemunha. Graças à culpa do adultério e à culpa do homicídio, forma-se um pacto de cumplicidade entre ambos. Diante de mais essa desgraça, José Pedro abandona a fazenda, retira-se para a casa do irmão e adoece.

Algum tempo depois, já restabelecido, José Pedro resolve voltar à fazenda, mas, no meio do caminho, é tocaiado e morto. Por outro lado, devagarzinho, o Padre Diogo começara a insinuar-se também na casa de Manuel Pescada.
Raimundo ignorava tudo isso.
Em São Luís, já adulto, sua preocupação básica é a de desvendar suas origens e, por isso, insiste com o tio em visitar a fazenda onde nascera. Durante o percurso a São Brás, Raimundo começa a descobrir os primeiros dados sobre suas origens e insiste com o tio para que lhe conceda a mão de Ana Rosa. Depois de várias recusas, Raimundo fica sabendo que o motivo da proibição devia-se à cor de sua pele.
De volta a São Luís, Raimundo muda-se da casa do tio, decide voltar para o Rio, confessa em carta a Ana Rosa seu amor, mas acaba não viajando.
Apesar das proibições, Ana Rosa e ele concertam um plano de fuga. No entanto, a carta principal fora interceptada por um cúmplice do Cônego Diogo, o caixeiro Dias, empregado de Manuel Pescada e forte pretendente, sempre repelido, à mão de Ana Rosa.
Na hora da fuga, os namorados são surpreendidos. Arma-se o escândalo, do qual o cônego é o grande regente. Raimundo retira-se desolado e, ao abrir a porta de casa, um tiro acerta-o pelas costas. Com uma arma que lhe emprestara o Cônego Diogo, o caixeiro Dias assassina o rival.
Ana Rosa aborta.
Entretanto, seis anos depois, vemo-la saindo de uma recepção oficial, de braço com o Sr. Dias e preocupada com os "três filhinhos que ficaram em casa, a dormir".

Aspectos Relevantes

É apontado como a obra inaugural do Naturalismo no Brasil (1881). Podem ser identificados alguns elementos naturalistas:
A CRÍTICA SOCIAL, através da sátira impiedosa dos tipos de São Luís: o comerciante rico e grosseiro, a velha beata e raivosa, o padre relaxado e assassino, e uma série de personagens que resvalam sempre para o imoral e para o grotesco. Já dissemos que esses tipos são, muitas vezes, pessoas que realmente viveram em São Luís, conhecidas pelo autor.
ANTICLERICALISMO, projetado na figura do padre e depois cônego Diogo, devasso, hipócrita e assassino.
OPOSIÇÃO AO PRECONCEITO RACIAL, que é o fulcro de toda a trama.
O ASPECTO SEXUAL, referido expressamente em relação à natureza carnal da paixão de Ana Rosa pelo mulato Raimundo.
O TRIUNFO DO MAL, já que, no desfecho, os crimes ficam impunes e os criminosos são gratificados: a heroína acaba se casando com o assassino de Raimundo (grande amor de sua vida), e o Pe. Diogo, responsável por dois crimes, é promovido a cônego.
Contudo, há fortes resíduos românticos:
Escrito em plena efervescência da Campanha Abolicionista, Aluísio Azevedo não manteve a postura neutra, imparcial, que caracteriza os autores realistas/naturalistas.

Ao contrário, ele toma partido do mulato, do homem de cor, idealizando exageradamente Raimundo, que mais parece o herói dos romances românticos (ingênuo, bondoso, ama platonicamente Ana Rosa e ignora a sua condição de homem de cor).

Observe que Raimundo é cientificamente inverossímel (filho de pai branco e mãe negra retinta, o filho tem "grandes olhos azuis, cabelos pretos e lustrosos, tez morena e amulatada, mas fina").
A trama da narração é romântica e desenvolve o velho chavão romântico da história de amor que as tradições e o preconceito impedem de se realizar. Além disso, a história é verdadeiramente rocambolesca (= complicada, "enrolada").

TEXTO I

Observe, na descrição de Raimundo, a idealização própria dos romancistas românticos, a superioridade absoluta: moral, intelectual e mesmo física:
"Raimundo tinha vinte e seis anos e seria um tipo acabado de brasileiro, se não foram os grandes olhos azuis, que puxara do pai.

Cabelos muito pretos, lustrosos e crespos,, tez morena e amulatada, mas fina,- dentes claros que reluziam sob a negrura do bigode, estatura alta e elegante, pescoço largo, nariz direito e fronte espaçosa.

A parte mais característica de sua fisionomia era os olhos grandes, ramalhudos, cheios de sombras azuís, pestanas eriçadas e negras, pálpebras de um roxo vaporoso e úmido,- as sobrancelhas, muito desenhadas no rosto, como a nanquim, faziam sobressair a frescura da epiderme, que, no lugar da barba raspada, lembrava os tons suaves e transparentes de uma aquarela sobre papel de arroz.
Tinha os gestos bem educados, sóbrios, despidos de pretensão, falava em voz baixa, distintamente, sem armar ao efeito, vestia-se com seriedade e bom gosto; amava os artes, as ciências, a literatura e, um pouco menos, a política."

TEXTO II

Observe no texto abaixo a caracterização dos costumes da província, dos mexericos e do preconceito, manifesto na "fofoca" de que participam D. Bibina, Lindoca, D. Maria do Carmo e Amância Souselas:
"- Ele não é feio... a senhora não ache, D. Bibina ?... segredava Lindoca à outra sobrinha de D. Maria do Carmo, olhando furtivamente para o lado de Raimundo.
- Quem? O primo d’Ana Rosa?
- Primo? Eu creio que ele não é primo, dona !
- É! sustentou Bibina, quase com arrelie. É primo sim, por parte de pai !...
Por outro lado, María do Carmo segredava a Amâncla Souselas:
- Pois é o que lhe digo, D. Amáncía: muito boa preta!... negra como este vestido! Cá está quem a conheceu!...
E batia no seu peito sem seios. - Muita vez a vi no relho. Iche !
- Ora quem houvera de dizer!... resmungou a outro, fingindo ignorar da existência de Domingas, para ouvir mais. Uma coisa assim só no Maranhão! Credo!"

TEXTO III

Observe a nitidez com que o autor retrata o ambiente da cidade (descrição de São Luiz):
"Era um dia abafadiço e aborrecido. A pobre cidade de São Luís do Maranhão parecia entorpecida pelo calor.

Quase que se não podia sair à rua: as pedras escaldavam, os vidraças e os lampiões faiscavam ao sol como enormes diamantes, as paredes tinham reverberações de prata polida; os folhas das árvores nem se mexiam; os carroças d’água passavam ruidosamente a todo o instante, abalando os prédios, e os aguadeiros, em mangas de camisa e pernas arregaçados, invadiam sem cerimônia as casas para encher as banheiras e os potes.

Em certos pontos não se encontra vã viva alma no rua; tudo estava concentrado, adormecido; só os pretos faziam as compras para o jantar ou andavam no ganho." 
 
 

A Bagaceira

(José Américo de Almeida)

Análise da obra

A bagaceira, publicada em 1928, é a obra introdutora do romance regionalista no país. A colisão dos meios pronunciava-se no contato das migrações periódicas. Os sertanejos eram mal-vistos nos brejos. E o nome de brejeiro cruelmente pejorativo.

O enredo do romance trata das questões do êxodo, os horrores gerados pela seca, além da visão brutal e autoritária do senhor de engenho, representando a velha oligarquia. A Bagaceira tem intenção crítica social, descambando, às vezes, para o panfletário, para o enfático e demagógico. Para o autor, o romance procura confrontar, em termos de relações humanas e de contrastes sociais, o homem do sertão e o homem do brejo (dos engenhos). Aproximando o sertanejo do brejeiro, na paisagem nordestina, José Américo de Almeida condiciona os elementos dramáticos aos ciclos periódicos da seca, os quais delimitam a própria existência do sertanejo.

Sob iluminação diferente, são postos em confronto, em A Bagaceira, os nordestinos do brejo e os do sertão. Brejeiros e sertanejos, submissão e liberdade, eram examinados com uma visão realista, se bem que, no registro das virtudes sertanejas possa notar-se, vez por outra, certo favorecimento (não intencional).

O título desse romance denomina o local em que se juntam, no engenho, os bagaços da cana. Figuradamente, pode indicar um objeto sem importância, ou ainda, "gente miserável". Todos esses significados se podem mobilizar no entendimento de A Bagaceira, romance de ardor e violência, desavenças familiares, flagelações da seca.

O autor que, antes, estreara vitoriosamente no ensaio, deixa transparecer aprofundado conhecimento do ambiente e do homem paraibano, anotando pormenores, acentuando os traços mais definidores, integrado na paisagem e na estrutura social cheia de injustiças.

O tempo é entre 1898 e 1915, os dois períodos de seca. Tangidos pelo sol implacável, Valentim Pereira, sua filha Soledade e o afilhado Pirunga abandonam a fazenda do Bondó, na zona do sertão. Vão para as regiões dos engenhos, no rejo, onde encontram acolhida no engenho Marzagão, de propriedade de Dagoberto Marçau, cuja mulher falecera por ocasião do nascimento do único filho, Lúcio. Passando as férias no engenho, Lúcio conhece Soledade por quem se apaixona. Lúcio retorna à academia e quando retorna em férias para a companhia do pai, toma conhecimento de que Valentim Pereira se encontra preso por ter assassinado o feitor Manuel Broca, suposto sedutor e amante de Soledade. Lúcio, já advogado, resolve defender Valentim e informa o pai de sua intenção de casar-se com Soledade. Dagoberto não aceita a decisão do filho. E então tudo é esclarecido: Soledade é prima de Lúcio, e Dagoberto foi quem realmente a seduziu. Pirunga, tomando conhecimento dos fatos, comunica ao padrinho (Valentim) e este lhe pede, sob juramento, velar pelo senhor do engenho (Dagoberto), até que ele possa executar o seu "dever": matar o verdadeiro sedutor de sua filha. Em seguida, Soledade e Dagoberto, acompanhados por Pirunga, deixam o engenho e se dirigem para a fazenda do Bondó. Cavalgando pelos tabuleiros da fazenda, Pirunga provoca a morte do senhor do engenho Marzagão, herdado por Lúcio, com a morte do pai. Em 1915, por outro período de seca, Soledade, já com a beleza destruída pelo tempo, vai ao encontro de Lúcio, para lhe entregar o filho, fruto do seu amor com Dagoberto.

O relato abre o ciclo do romance de 1930, entre outras razões por sua força de denúncia dos horrores gerados pela seca.

É digno de nota o prefácio que vale tanto ou mais do que próprio texto narrativo. Destaque para o espanto do escritor face às mazelas: "Há uma miséria maior do que morrer de fome no deserto: é não ter o que comer na terra de Canaã."

Na narrativa há um choque de três visões que correspondem a três processos sócio-culturais distintos:

1) Visão rústica dos sertanejos, com seu sentido ético arcaico.
2) Visão brutal e autoritária do senhor de engenho, representando a velha oligarquia.
3) Visão civilizada (moderna, urbana) de Lúcio, traduzindo um novo comportamento de fundo burguês e que logo seria autorizado pela Revolução de 30.

É digno de nota o projeto modernizador do personagem Lúcio ao assumir o comando do engenho: alfabetização dos filhos dos trabalhadores, melhores condições de habitação, etc. Ou seja, aquilo que Getúlio Vargas proporia nos anos seguintes como alternativa para o país.

O livro apresenta uma mistura de linguagem tradicional - dominada por um tom desagradavelmente sentencioso - com um gosto modernista por elipses e imagens soltas, e ainda pelo uso de algumas expressões coloquiais ou regionais. Na obra a linguagem do narrador faz esforço para não se afastar em demasia da dos personagens, dialetal, folclórica.

Fora sua notável importância histórica, A bagaceira é um romance frustrado por causa do excesso de análise sociológica. É como se a ânsia do autor em tudo explicar, destruísse todo e qualquer efeito sugestivo da narrativa.

Personagens centrais

Dagoberto Marçau - Proprietário do engenho Marzagão, simboliza a prepotência,  contrapondo-se à fraqueza dos trabalhadores da bagaceira. Considera-se "dono " da justiça e seu código é simples: "O que está na terra é da terra". Se ele é o senhor da terra, tudo que nela dá é da terra (ou seja, dele próprio). "Se ele é o senhor da terra, tudo que nela se encontra lhe pertence, até os próprios homens que trabalham no engenho. Assim pensa e assim age. Seduz  Soledade, vendo  na sertaneja semelhança com sua ex-mulher.

Lúcio - Humano, idealista, sonhador, apaixona-se por Soledade, com quem mantém um romance puro. Não compartilha as idéias de seu pai, Dagoberto Marçau, para quem "hoje em dia não se guarda mais na cabeça: só se deve guardar nas algibeiras. "Acreditava que  se podia desmontar a estrutura anacrônica do engenho: "Quanta energia mal empregada na desorientação dos processos agrícolas! 

A falta de método acarretava uma precariedade responsável pelos apertos da população misérrima. A gleba inesgotável era aviltada  por essa prostração  econômica. A mediania do senhor rural e a ralé faminta".

Soledade - Filha de Valentim Pereira, representa a beleza agreste do sertão. Aos olhos de Lúcio, a sertaneja. "não correspondia pela harmonia dos caracteres às exigências do seu  sentimento do tipo humano. Mas, não sabia por que, achava-lhe um sainete novo na feminilidade indefinível. As linhas físicas não seriam tão puras. Mas o todo picante tinha o sabor esquisito que se requintava em certa desproporção dos contornos e, notadamente, no centro petulante dos olhos originais."... "Era o tipo modelar de uma raça selecionada , sem mescla, na mais sadia consangüinidade."

A presença da sertaneja no engenho colocará uma barreira ainda maior entre Dagoberto e Lúcio. Por  Soledade Valentim se torna assassino e Pirunga causa a morte do senhor de engenho.

Valentim Pereira - Representa o sertão: destemido, arrojado e altivo. Como bom sertanejo pune pela honra de uma mulher, mata o feitor Manuel Broca, apontado como sedutor de sua filha. Mas a  "idéia fixa da honra sertaneja" vai além: a cicatriz que lhe marcava o rosto era resultado de uma briga mortal com um amigo, que desonrara uma  moça, neta de um "velhinho", de quem o tempo quebrara as forças. O diálogo entre Valentim e Brandão de Batalaia (assim se chamava o "velhinho")  é bem ilustrativo: "Que é que vossamecê manda? Ele respondeu que só queria era morrer. Eu ajuntei: E por  que não quer matar?..."

Pirunga - Filho de criação de Valentim Pereira, a quem tributa lealdade. Ama Soledade, mas seu amor não encontra receptividade. Assim como Valentim, simboliza o sertão: valente, intrépido, altivo... Por ocasião da festa no rancho, vai em defesa de Latomia: enfrentando a polícia.
 
 

O Missionário

(Inglês de Sousa)

Conheça mais sobre o Autor
Inglês de Sousa, ou Herculano Marcos Inglês de Sousa, advogado, professor, jornalista, contista e romancista, nasceu em Óbidos, Pará, em 28 de dezembro de 1853. Fez os primeiros estudos no Pará e no Maranhão. Diplomou-se em Direito pela Faculdade de São Paulo em 1876. Nesse ano publicou dois romances: ‘O Cacaulista’ e ‘História de um Pescador’. Seguiram-se mais dois, todos publicados sob o pseudônimo Luís Dolzani. Com Antônio Carlos Ribeiro de Andrade e Silva publicou, em 1877, a Revista Nacional, de ciências, artes e letras. Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras, e seu primeiro tesoureiro. Foi presidente das províncias de Sergipe e Espírito Santo. Fixou-se no Rio de Janeiro, como advogado, banqueiro, jornalista e professor de Direito Comercial e Marítimo na Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais. Foi presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros. Faleceu no Rio de Janeiro em 6 de setembro de 1918.Introduziu o Naturalismo no Brasil, no entanto seus primeiros romances não tiveram boa acolhida. Ficou conhecido com ‘O Missionário’ (1891), que, como toda sua obra, revela influência de Émile Zola. Nesse romance, descreve com fidelidade a vida numa pequena cidade do Pará, revelando grande espírito de observação, amor à natureza e fidelidade a cenas regionais. obrasO Cacaulista (1876)História de um Pescador (1876)O Coronel Sangrado (1877)O Missionário (1891)Contos amazônicos (1893)

Fonte:
http://pt.shvoong.com/books/biography/1659849-ingl%C3%AAs-sousa-vida-obra/
RESUMO DA OBRA
O Missionário, obra que goza de melhor conceito junto à crítica, nasceu do desenvolvimento do conto O Sofisma do Vigário.
É um romance de tese, propondo o conflito entre a vocação sacerdotal e o instinto sexual, instigado pelo relaxamento dos costumes e pelo sensualismo da mameluca Clarinha, que acabam por vencer a frágil resistência do Pe. Antônio de Morais.
Enredo
Tomando o hábito o Padre Antônio de Morais vai para Silves, povoado paraense, à entrada da selva amazônica.
Malgrado carente de vocação, granjeia prestígio de sacerdote correto e pio; todavia, a rotina da vilazinha, começando a enfastiá-lo, sugere-lhe a procura de um objeto mais valioso para aplicar seu talento.
E resolve embrenhar-se na mata inóspita, a fim de catequizar os temíveis mundurucus. Parte em companhia do sacristão, mas este regressa a Silves antes de chegar.
E é doente que chega ao sítio de João Pimenta, onde os desvelos de Clarinha, neta do agricultor, e prolongado repouso lhe restituem a saúde e lhe acordam o erotismo que a batina dissimulara até então.
Por fim, conduzindo a mameluca, retorna a Silves, e é recebido como um autêntico santo.
Comentário
Em O Missionário, o propósito de de demonstrar os condicionamentos biológicos, sociais e circunstanciais, sob a ótica Naturalista e Determinista, sugere o esquema e as etapas do processo narrativo.
Inicialmente, o autor descreve minuciosamente a localidade de Silves, no Pará, de maneira a dar-lhe corpo e vida, com sua atmosfera parada e sensual e seus tipos característicos: o farmacêutico, o livre-pensador, o sacristão, o coletor, o professor alguns maledicentes e intrigantes.
Introduz, a seguir, o idealismo místico e as controvérsias teológicas do Padre Antônio Morais, que se sente inútil, confinado à mediocridade da vida provinciana.
A decisão de aventurar-se entre os índios selvagens fundamenta-se mais no desejo de glória, que no zelo missionário.
Aventurando-se pelos rios e florestas da Amazônia, o convívio íntimo com a família de mamelucos, o sensualismo da paisagem põem à prova os votos de castidade, que cede.
Para explicar a queda final, o autor faz um longo retrospecto da vida do Padre Antônio Morais, repassando a infância, o seminário, a severa disciplina, a repressão da sexualidade na adolescência.
Quando a personagem retorna a Silves, o autor, ainda à maneira dos naturalista, extrai a moralidade dos fatos, acomodando-o à nova situação.
O livro na íntegra pode ser acessado no link abaixo:
http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/ingles-de-souza/o-missionario-1.php
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Site do Domínio Público:

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1828

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

EEFM Júlia Catunda participa da I Mostra Ambiental da Rede Pública Estadual

A Secretaria de Educação – Seduc realizou neste dia 1º de setembro a I Mostra de Educação Ambiental da Rede Pública Estadual de Ensino. Esse evento visa à socialização de trabalhos na temática ambiental desenvolvidos pelas escolas da rede estadual de ensino que foram os vencedores entre as diversas escolas participantes de todas as CREDE/SEFOR nas categorias científica e cultural.

Ao todo foram expostos 26 trabalhos científicos, sendo 01 por Crede e mais 6 da Sefor, e 10 apresentações artístico-culturais, sendo 01 por macroregião e 02 da Sefor, sobre experiências exitosas nas seguintes áreas: COM-VIDA nas escolas, Uso do laboratório de Educação Ambiental, Coletivos Jovens, CONPET na escola e Projetos em Educação Ambiental.

Entre os trabalhos está o projeto de Robótica com material reciclado dos alunos da Escola de Ensino Médio (EEM) Raimundo Nogueira de Horizonte. Eles construíram robôs utilizando peças de computadores, bracelete de relógio, lata de refrigerante, pisca de moto, entre outros materiais.

O professor de Física e orientador do projeto, Tarcísio Ernani, conta que tudo começou com o estudante Manoel Filho dos Santos que montou o primeiro robô e o apresentou na feira de ciências da escola, o que despertou o interesse do professor em formar uma oficina. Manoel, o precursor do projeto e aluno do 3º ano do Ensino Médio, ganhou uma bolsa do curso técnico de Mecatrônica do CEPEP e outra do CNPQ de iniciação científica.

Já em outro estande é possível conhecer o projeto Árvore da Vida, desenvolvido pelos alunos da EEEP Rita Aguiar Barbosa de Itapipoca. O trabalho dos estudantes tem como objetivo chamar a atenção para a preservação da carnaúba e mostrar a importância sócio-econômica da árvore para o Ceará.Pensando no melhor aproveitamento da planta, os alunos visitaram uma fábrica de extração da carnaúba e, após aprenderem o processo, fabricaram suas próprias velas e repelentes à base da árvore.

As atividades começaram por volta das 9h com a solenidade de posse dos membros da comissão A3P. Estiveram presentes a coordenadora do CODEA, Nohemy Resende, a assistente técnica da Educação Ambiental, Lindalva Costa, a articuladora de Diversidade e Inclusão Educacional, Hosana Magalhães, a coordenadora de Planejamento e Políticas Educacionais (COPED), Noemi Alencar, a assessora especial do gabinete, Érika Chaves e a coordenadora da Educação Ambiental e Articulação Social do CONPAM, Maria José Holanda, que veio representando o presidente Paulo Henrique Lustosa.

Após a execução do hino nacional brasileiro, a assessora de desenvolvimento institucional, Cristiane Holanda, que representou a secretária Izolda Cela, agradeceu aos alunos, pais, professores, diretores e coordenadores das Credes pelo envolvimento e compromisso com os projetos, e afirmou que é nas pequenas atitudes que se conhecem as grandes pessoas. Ela enfatizou ainda que é preciso valorizar, reconhecer e prestigiar todas as atividades desenvolvidas com foco na educação. Em seguida Cristiane autorizou a posse da comissão da A3P da Seduc e Crede, que foi comemorada com a apresentação da Banda Marcial da EEFM Maria Conceição Porfírio Teles.

Durante todo o dia, os estandes estiveram abertos à visitação do público e às 16h ocorreu o encerramento com a apresentação da Banda Fanfarra da EEM Dep. Paulo Benevides. Já amanhã, 02 de setembro, os alunos e professores participarão de atividades educativas e passeios ecológicos na Colônia de Férias do Sesc Iparana, na ONG Aquasis e Parque Botânico.